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Chispes e Couratos

Neste espaço não se discriminam gostos, fetiches, taras, manias, desvarios ou inclinações gastronómicas. Só não toleramos seguidores fanáticos do tripadvisor.

Chispes e Couratos

Neste espaço não se discriminam gostos, fetiches, taras, manias, desvarios ou inclinações gastronómicas. Só não toleramos seguidores fanáticos do tripadvisor.

18
Jan09

Feira do Fumeiro de Montalegre

JP

Muitos acreditam que fazer parte de um grupo como os Chispes traduz-se por uma entrega desenfreada aos prazeres gastronómicos que nos seduzem em cada esquina. Se fosse apenas isso, os portugueses aos 18 anos primeiro inscrever-se-iam em confrarias gastronómicas e só depois é que iriam tirar a carta de condução.
Não senhor, também é preciso trabalhar, participar em conferências de imprensa, ir a debates, realizar palestras, colaborar com task-forces no sentido de encontrar orientações para o futuro ou integrar comissões de estudo.
Esta semana coube à minha pessoa assistir à apresentação da XVIII Feira do Fumeiro de Montalegre, que irá decorrer de 22 a 25 de Janeiro e onde são esperados mais de 50 mil visitantes.

Uma visita obrigatória para quem, como nós, aprecia o admirável engenho humano. A criatividade do homem é surpreendente e é impossível não ficar sem respiração perante tudo aquilo em que os portugueses conseguem transformar um porco. Alheiras, sangueiras, chouriços de abóbora, chouriças, salpicões, presuntos, cabeças, chispes, pés, e tantas outras iguarias.  O nosso povo é extraordinariamente criativo. Quem é que se terá lembrado de pegar em tripas, lavá-las e atafulhá-las por dentro de carne e pão?

Não é por acaso que Portugal não é propriamente um país com uma grande diversidade zoológica. Obviamente que depois do que fizemos ao porco, a maior parte dos animais migraram daqui para fora.
A Feira do Fumeiro de Montalegre é um encontro com esse génio inventivo, mas também com uma gastronomia que nasce da relação intensa de um povo com a natureza que o rodeia: a montanha e o frio.

Uma gastronomia que transporta consigo os valores, as crenças, os hábitos e as aprendizagens de vários séculos do povo do Barroso. Muito diferente da comida sem alma, sem cicatrizes, sem história e sem folclore que tantas vezes nos chega à cidade.

Eu e um colega de profissão numa atenta e exigente prova de degustação dos produtos do Barroso.

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