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Chispes e Couratos

Neste espaço não se discriminam gostos, fetiches, taras, manias, desvarios ou inclinações gastronómicas. Só não toleramos seguidores fanáticos do tripadvisor.

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13
Jan10

O Natal é uma porcaria

JP

O comentário de um amigo no facebook motivou-me a dar alguma atenção ao outro lado desta loucura alimentar do Natal. Dizia ele, Paul Ming, que esta é a "época festiva mais temida pelas etars e pelos seus dedicados funcionários". Dá para ficar introspectivo.
Portugal aumentou 19,3 mil toneladas de peso e este número não vem só. Um quilo de gordura corporal equivale a 7700 Kcalorias. Isto quer dizer que Portugal consumiu em excesso 148.610.000.000 de calorias. Dito de outra forma, e para quem não conseguiu ler o número anterior: cento e quarenta e oito biliões e seiscentos e dez milhões de calorias em excesso. Em EXCESSO. Ide para o raio que vos parta.


Pelas minhas contas, Portugal necessita sensivelmente de 22 biliões de calorias diárias, que resultam num consumo mensal de 660 biliões de calorias para pôr este país a andar. Numas singelas três semanas, apenas 65% da população portuguesa impôs um acréscimo no consumo calórico de 22,5% relativamente às necessidades mensais de todo o país. Terrível. É óbvio que Portugal tem um imenso problema energético. Para ficarem com uma ideia, este consumo em excesso é o equivalente a quase 100 mil vitelos ou 66 milhões de frangos.
Voltemos às etars. Tendo em conta a produção diária de fezes por cidadão (cerca de 150 a 200 gramas), o referido acréscimo no consumo calórico poderá ter gerado, neste período, um excedente de 13,5 mil toneladas de excrementos. O Paulo tinha razão, o Natal é o período menos bonito de se viver numa ETAR. O Natal não é para todos.
Mas as conclusões desta investigação são ainda mais incómodas. A produção diária de excrementos de, por exemplo, um vitelo é cerca de 50 kg. De um porco, 6kg. Este aumento calórico foi sustentado com um aumento da produção animal e, necessariamente, das suas fezes. A produção animal para sustentar as necessidades alimentares humanas são claramente uma fonte de agressão sem paralelo ao meio ambiente. Veja-se que um vitelo bebe 35 litros de água por dia e exige mais 90 litros para a higiene diária. Água que cada vez mais nos faz falta. É certo que os humanos são bem mais poupados, mas estas tainadas do natal devem exigir um significativo aumento do gasto de água nos sanitários.
E senhores, a produção de gases? Animais como as vacas são responsáveis por um aumento de 18% do aquecimento global. Para os defensores de que a terra está a aquecer devido ao homem, o contributo destes animais é superior ao do nosso sistema de transportes, apenas 13,5 %. Cada vaca envia para a atmosfera, todos os anos, 500 litros de metano.
E o ser humano? Com o Natal, aumentaram as comezainas, as conversas, as berrarias à mesa e as bebidas com gás. Falar enquanto se come e os ousados hábitos alimentares devem ter aumentado em cerca de 300% a flatulência dos portugueses.
Não se iludam, o Natal é uma grande porcaria.

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